Abrir-se ao desconhecido

“O principal problema na hora de receber ajuda consiste em nos empenharmos para que ela venha do modo que temos previsto (e unicamente desse modo). Isto é, esperamos que corresponda à nossa visão de como teríamos de ver as coisas e, se possível, que confirme nosso ponto de vista e nossa posição no mundo. Portanto, o que se opõe à ajuda é nossa obstinação em confirmar nossas hipóteses, que configuram um cenário no qual dizemos: “Não darei meu braço a torcer, quero da minha maneira”. É comum, por exemplo, que alguém bata à porta e reclame uma e outra vez, até o esgotamento, que a porta se abra, inclusive que grite com bastante força. Quando ao final a porta se abre, é possível que o indivíduo fique levemente perturbado e que de sua boca saia uma frase susurrante: ‘Eu gostava de bater à porta, não de entrar onde ela me leva’.

Assim receber ajuda tem muito a ver com nossa capacidade de nos abrirmos ao desconhecido, já que, desde nossa forma de abordar o assunto, nos acostumamos a manter o problema. Depende em grande parte de nossa capacidade de aceitar que a ajuda está em todas as partes, em qualquer canto do caminho. Tudo é benção. A vida e a natureza das coisas cantam suas bênçãos, e basta abrir-se a elas.”

(Trecho extraído do livre “Viver na alma, amar o que é, amar o que somos, amar os que são”, Joan Garriga, 2011)

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