Eu te sigo na morte

A perda prematura de um dos pais também pode conduzir, às vezes, a uma outra dinâmica, denominada como “seguimento para morte”. Nesse caso o anseio da criança por estar perto dos pais é mais forte do que o seu desejo de viver. Dessa forma, por trás de muitas doenças e vícios com risco de vida, ou de uma inexplicável propensão para acidentes, atua muitas vezes, mais ou menos conscientemente, um desejo de morrer. Eventualmente ele já se revela por ocasião da conversa terapêutica, quando o paciente, ao descrever uma doença ou um sintoma com risco de vida, inconscientemente exibe um sorriso.

Às vezes, essa dinâmica de seguimento pode dissolver-se numa constelação, se o paciente encara a pessoa que deseja seguir e aceita a morte dessa pessoa. Pois nesse contato o paciente reconhece que a pessoa falecida não deseja a sua proximidade e o seu amor a esse preço, e que a maior felicidade para o pai ou para a mãe é que a criança permaneça viva e saudável.

Além desses casos de seguimento de filhos em relação aos pais, encontramos essa dinâmica também entre parceiros, ou em pais em relação a filhos prematuramente falecidos. (Contudo, nesses casos, minha experiência é que o parceiro, ou criança que o  paciente quer seguir, frequentemente representa um de seus pais).

Trecho extraído do livro: “Constelações familiares e o caminho da cura” (Stephan Hausner)

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