A vida canta em mim
Porque no final perdemos tudo aquilo que temos, tudo aquilo que acreditamos ser se desvanece. Na última e definitiva porta soltamos a nós mesmos, soltamos nossa própria vida. E, com sorte, devolvemos agradecidos o empréstimo de vida que a Vida nos concedeu.
Porque a meta do eu é desvanecer-se, dissolver-se nas águas do doce esquecimento, igual à do corpo. Alguns podem viver e reconhecer isso enquanto ainda permanecem na vida. Então já não gritam ao universo ‘Eu existo’. Guiados por uma profunda sabedoria que lhes faz felizes, sussurram a si mesmos: ‘Na realidade eu não existo, porém a vida canta em mim por algum tempo’.
(Trecho extraído do livro: “Viver na alma – Amar o que é, amar o que somos e amar os que são”, 2011, Joan Garriga)
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