Sintonização e Personificação nas Constelações Familiares (Poppy Altmann)
Tradução Alexandre Wenceslau
“Ligue-se, sintonize-se, caia fora.” Timothy Leary
A sintonização é fundamental nas Constelações Familiares. Como facilitador, representante e como um membro do círculo, a sintonização proporciona sentido e conexão à constelação. Ela conecta o grupo, gera confiança e age como um receptáculo para memórias traumáticas criando limites seguros. Ela desacelera as coisas para igualar ao ritmo da alma, nutre a empatia, nos tira de nossas cabeças e nos coloca em nossos corpos e produz um espaço autêntico.Antes mesmo de conhecer a Constelação Familiar, trabalhei por vários anos como homeopata e comecei a frequentar aulas semanais de Dança dos 5 Ritmos1. A sintonização corporal é essencial nos 5 Ritmos; senão ficaríamos nos trombando na pista de dança. O facilitador encorajava nossa consciência, das pessoas a nosso redor e dos espaços entre nós. Se trombássemos em alguém ou pisássemos no pé de alguém, presenciávamos um interessante exemplo de falta de sintonização. Algumas pessoas ficavam constantemente invadindo espaços ou tropeçando. Pessoas traumatizadas podem ter dificuldade de encontrar seus limites físicos e, de acordo com Sarah Peyton (2016):“Por vezes o que percebemos é que as pessoas não têm noção de seus próprios corpos e é isso que é despertado nos trabalhos de constelação.” (p. 64)A homeopatia é uma modalidade muito voltada ao lado esquerdo do cérebro. Nós consultamos livros contendo diversas evidências e informações a respeito de medicamentos, sintomas, anatomia, fisiologia e patologia. Os mesmos livros também trazem informações sobre medicamentos convencionais, estudos sobre homeopatia e pacientes que a usaram. Fazemos perguntas. Tomamos nota do que o paciente está dizendo, diagramamos sintomas e tentamos nos comportar como “observadores imparciais”.Ela é também muito voltada ao lado direito do cérebro. Nós observamos nossos pacientes nos mínimos detalhes, observamos e ouvimos cuidadosamente: como se sentam, o que escolhem nos contar e como nos sentimos em sua presença. Além disso, utilizamos todos os nossos sentidos para analisar seus sintomas e se suas emoções nos tocam ou não. Movemo-nos naturalmente de um lado para o outro do cérebro se nos contam a respeito de experiências traumáticas e depois as registramos. Pausamos ao ouvir sobre tais eventos traumáticos, não somente para que o paciente se conscientize da seriedade daquilo que está falando, mas também a fim de sentir de que maneira vemos os traumas para que possamos ser empáticos.Peyton (2016) utiliza a neurociência para explicar a sintonização na Constelação Familiar. O processo de sintonização tem efeitos positivos na química do cérebro, acalmando os indivíduos que estão interagindo. “A sintonização é uma ação que faz o cérebro funcionar mais feliz.” (p. 62)Para alguns, a sintonização acontece fácil e naturalmente, enquanto que para outros é um exercício contínuo. Enquanto que a sintonização para um facilitador acontece por vezes livremente, pode ocasionalmente ser difícil de conhecer limites intuitivamente. Pessoalmente, falando, em alguns casos pode ser espantoso e permaneço na constante prática de me manter contida no espaço do cliente, mas também de permanecer afastada o suficiente de seu Campo a fim de responder congruentemente.Me foi sugerido que sobreviventes de traumas são mais hipervigilantes e conscientes do que está acontecendo ao seu redor em seu espaço. Se faço isso no papel do filho de um homem que se escondia durante a Guerra e cuja família estava sempre sob alerta, pode-se dizer que seja um comportamento compensatório para um trauma herdado? As pessoas comentam que estou sempre observando para perceber o que está acontecendo no ambiente e que percebo mais do que eles sobre o que as pessoas estão fazendo – um paralelo interessante para se notar. Especialmente, ao facilitar, percebo que alguns pontos cegos podem significar que eu fui facilmente pega pelo Campo, e posso apenas identificar em retrospecto em que ponto e por que isso possa ter acontecido. “Por um lado, todos temos um canal para conseguir informações, porém temos também que nos proteger de conseguir informações demais.” (Ruppert, F. 2006, p. 24)Algumas vezes duvido de mim mesma, e há sempre a inclinação em ser autêntica em minhas respostas. Recentemente em um grupo de prática, por exemplo, a cliente apenas desejava ser abraçada e minha resposta genuína foi abraçá-la. Isso foi apenas uma ‘entrevista prática’ de 10 minutos que provavelmente terminaria em uma interrupção do movimento de aproximação (IROM) em uma sessão de prática mais longa. No entanto, posteriormente, estava me questionando, abraçá-la era a melhor resposta? Por quanto tempo? Meu superego invadiu com tais pensamentos: “Deveria ter feito isso? Deveria ter dito aquilo?” etc. Como diz Irving Yalom (2002),“A terapia é engrandecida se o terapeuta entra precisamente no mundo do paciente. Os pacientes se beneficiam imensamente simplesmente através da experiência de serem vistos por completo e compreendidos por completo.” (p.18)Por isso, creio que não deva estar tão errada ao responder à simples questionamentos com um “Sim.” Às vezes as coisas são tão simples que somos incapazes de compreender a situação com clareza. Peyton (2016) compara a harmonia da sintonização a um violoncelo vibrando afinado com outro violoncelo. Diz ela que quando duas pessoas se encontram intencionalmente nas funções de facilitador/cliente em um Trabalho de Constelação, ambos os “instrumentos” ressoarão:“Isso é o que o cérebro humano ama. Ama tocar sua música e saber que há outro ser humano que está ouvindo sua música.” (p. 62)Gabor Maté 2 (2003) vai além, dizendo que nossa própria sobrevivência depende de nossos relacionamentos pessoais: “O funcionamento fisiológico dos seres humanos é inseparável – mesmo na teoria, quiçá na prática – as conexões emocionais e sociais que nos ajudam a nos mantermos.” (p.193)Há mais a ser dito na próxima sessão sobre o papel da comunhão e do contato social e físico no contexto da recuperação do trauma.
Trauma“Não nos curamos no isolamento, mas em comunhão.” (S. Kelley Harrell, 2012)É difícil para mim escrever sobre trauma. Tenho que trabalhar mais arduamente e prestar mais atenção ao colocar as palavras. Há menos fluxo e as palavras não aparecem facilmente. Estou ciente de que tenho que escrever de maneira mais criativa para trazer melhores resultados ao que desejo dizer. Repasso e edito estas palavras, tentando extrair seus significados. Provavelmente, há uma outra camada, ou mesmo uma antiga e hesitante aparecendo, como um tesouro sendo desenterrado enquanto que as lágrimas do tempo removem as camadas de terra e revelam uma dor oculta. O trabalho de constelação certamente não é uma viagem fácil. Uma vez que o trauma está no Campo do lado direito do cérebro, ele é difícil de ser expresso em palavras. Van der Kolk (2014) diz:“A inteligência emocional começa ao rotularmos nossos próprios sentimentos e a nos sintonizarmos às emoções das pessoas a nosso redor.” (p. 354)A denominação disso é a verdadeira batalha. Peyton e Van der Kolk explicam como a memória é afetada pelo trauma, mas há mais do que isso. Peter Levine descreve como o trauma pode conduzir a uma resposta incompleta e solidificada. Enquanto os seres humanos interpretam o trauma como uma ameaça à vida, nós naturalmente nos embrenhamos no equilíbrio gélido de um animal ameaçado por um predador, nos fingimos de morto e aguardamos pelo momento exato para pararmos de fingir e escapar. Às vezes nosso cérebro racional se sobrepõe às nossas respostas instintivas ao trauma, e somos levados a um estado de congelamento. Pode ser que deixemos esse estado muito tempo depois, talvez nunca consigamos, e se não tentamos ativamente deixá-lo, ficaremos presos e em sofrimento. Felizmente, de acordo com Levine (1997):“A cura do trauma é um processo natural que pode ser acessado por meio de uma consciência interior do corpo.” (p. 34)O trabalho pessoal tem a ver com personificação, e este é o lugar da sintonização. Por isso, ser uma representante é uma experiência tão terapêutica para mim. O Campo sempre fornece uma fonte rica em materiais curativos. Como representante, estou ocupando meu corpo inteiramente. Se estou incorporada e sintonizada no papel da facilitadora, posso facilmente perceber o momento em que o cliente entra demais em sua história. Utilizar minhas próprias respostas corporais é crucial para entender o que está acontecendo com o cliente e às vezes me é útil levantar essas questões com ele e ponderar suas respostas para saber se são relevantes. Sempre há o risco de as respostas corporais serem mais minhas do que do cliente. Neste caso, podemos explorar por que estou tendo tais respostas e descobrir se, de fato, estou representando alguém que faz parte de seu Sistema. Se conseguimos resolver essa questão, podemos trazer um representante, deste modo possivelmente retirando a minha necessidade de representar enquanto facilitadora. Quando relato o que está acontecendo comigo fisicamente pode ajudar a trazer o cliente para seu próprio corpo.Van der Kolk (2014) ressalta a necessidade de o cliente se sentir seguro e a importância de estar incorporado a fim de oferecer um receptáculo:“É preciso encontrar alguém em quem você confia o suficiente para acompanhá-lo, alguém que possa seguramente conter seus sentimentos e ajudá-lo a ouvir as dolorosas mensagens vindas de seu cérebro emocional. É necessário um guia que não teme seu terror e que consiga conter sua mais obscura ira, alguém que possa garantir sua integridade enquanto você explora as experiências fragmentadas que teve que manter em segredo de você mesmo por tanto tempo.” (p. 211) A Constelação Familiar oferece uma conexão humana de irmandade, comunhão no grupo e interação social. Certamente, em um grupo de treinamento isso é palpável, porém mesmo em um curto workshop o estímulo do grupo produz resultados curativos profundos. Maté (2003) enfatiza a importância da família, conexões sociais e comunitárias para a saúde e bem-estar: “Os seres humanos, como espécies, não evoluíram como criaturas solitárias, mas como animais sociais cuja sobrevivência se pautou em conexões emocionais poderosas entre famílias e tribos.” (p. 189)
Para Levine (1997), comunhão é essencial na recuperação do trauma, e ele explora tradições xamânicas para ilustrar:
“O Xamanismo reconhece que interconexões profundas, apoio e coesão sociais são atributos necessários na cura do trauma.” (p. 59)
Van der Kolk (2014) vê as relações próximas como uma força medicinal e questiona o uso do modelo “doença mental” e subsequente uso de drogas psiquiátricas em casos de TEPT (Transtorno do Estresse Pós-Traumático): “Reestabelecer relacionamentos e comunhão é fundamental no reestabelecimento do bem-estar.” (p. 38)
A chave da cura do trauma parece estar na comunhão. O isolamento tão predominante em sociedades modernas previne uma recuperação profunda. Se nossas relações em nossa família de origem são difíceis, temos uma oportunidade nas Constelações Familiares de liberar nosso trauma e permitir o fluxo de amor.Contenção “Esta consciência não está ligada a meu corpo, mas meu corpo está ligado a esta consciência.” Gabrielle Roth, fundadora da Dança dos 5 Ritmos (1997) Van der Kolk fala a respeito do fato de que pacientes de trauma geralmente não conseguem sentir os limites de seus próprios corpos, então sugere a ajuda de um massoterapeuta para auxiliar nesses trabalhos. Pacientes que sofrem de trauma dependem da contenção para aprender a entender seus limites e serem capazes de funcionar no mundo. O modelo de contenção de Wilfred Bion e o modelo de fixação de Winnicott foram aplicados às relações entre cliente e terapeuta.:“Eu definiria a teoria de contenção como sendo a capacidade do indivíduo (ou objeto) de receber em si mesmo projeções de outro indivíduo, que então poderá sentir e utilizar como (suas) comunicações, transformá-las e, finalmente, devolvê-las (ou transmiti-las de volta) ao sujeito de uma forma modificada. Eventualmente, isso pode possibilitar à pessoa (uma criança de início) sentir e tolerar seus próprios sentimentos e desenvolver a capacidade de pensar.” (Riesenburg-Malcom, R., 2006, p. 166)Em meu próprio desenvolvimento, tive que explorar profundamente a contenção corporal. A contenção ajuda a me sintonizar como facilitadora e como representante. Dentro do círculo consigo me dissociar ou ser completamente atraída pelo Campo se não estiver me sentindo contida.Utilizando nossa consciência de como as coisas estão mudando psicologicamente, nos dá informações sobre nossas reações em situações de estresse. Enquanto bebês, precisávamos ser abraçados para nos sentirmos seguros a fim de nos mantermos vivos e, no futuro, enfrentarmos o mundo. Se não experimentamos esta contenção por parte de nossas mães quando bebês e crianças, podemos ter uma maior necessidade de contenção quando adultos. Os pais recebem conselhos contraditórios de como cuidar de seus filhos. Um professional de saúde pode nos orientar a deixar o bebê chorando em um outro quarto, enquanto que nossos instintos nos mandam segurar a criança, mas nossa confiança é corroída por forças exteriores, e uma criança não deve experimentar a contenção que a faz se sentir segura e, de fato, a protege de perigos. Quando uma mãe está se recuperando do trauma de dar à luz, ela pode estar ainda mais suscetível a conselhos externos e perder a confiança em sua sabedoria interior. No meu caso, nasci em um hospital e fui levada à enfermaria. Era trazida de volta até minha mãe a cada quatro horas para ser amamentada. Sem surpresa, minha mãe não produzia leite suficiente e, após uma semana, estava ficando desidratada e desnutrida. Além disso, minha mãe teve de retornar ao trabalho quando eu ainda tinha três meses de vida. Houve pouca ou nenhuma contenção em minha tenra infância, o mesmo acontecendo a muitos de nós nascidos nas décadas de 60 e 70.
Quando participei de um exercício de contenção pela primeira vez, foi revolucionário3. Tinha pegado no sono durante a constelação anterior (o que, surpreendentemente, foi um IROM) e quando acordei, tudo que conseguia ouvir era o facilitador perguntando se estavam todos prontos para prosseguir. Não me sentia, de maneira alguma, pronta. Me sentia muito desligada e mal conseguia falar e pronunciar as palavras: “Não! Não estou pronta!” que, curiosamente, o facilitador não conseguia me ouvir dizer. Era quase como se eu tivesse fisicamente deixado a sala. Sentada entre duas pessoas que me continham com as laterais de seus corpos encostados ao meu, passei do sentimento de completa desconexão e de estar fora do meu corpo, a sentir meu coração calmo e meus pés firmes no chão. Ultimamente, utilizo minha poltrona quando preciso de contenção.
De um lugar de contenção, podemos começar a observar o mundo, da mesma maneira que a criança que se sente segura o suficiente para se afastar progressivamente de sua mãe. (Winnicott, D.W, 1965)
Personificação“Atenção e consciência e ação são a inteligência da alma.” (Roth, G. 1997)Para me sintonizar com o cliente, preciso me desconectar do meu cérebro pensante (esquerdo) e me conectar ao meu corpo e meus sentidos. Levine fala a respeito de “sensação sentida” na experiência somática. Ele argumenta que para que os animais sobrevivam no mundo, eles devem estar sintonizados a seu ambiente e devem estar cientes dos predadores. Para ser uma representante, eu também tenho que estar sintonizada com o ambiente para permitir a percepção precisa das sensações e sentimentos da pessoa que estou representando. Isso não foi o mais difícil de aprender em minha jornada de constelações, mas sei que eu e meus colegas lutamos para sair de nossas mentes quando facilitamos e, certamente, isso pode ser problemático para o cliente. Creio que minha experiência como homeopata e também minha prática da dança dos 5 Ritmos tenham ajudado. Gabrielle Roth, (1997) relata:“É preciso disciplina para desenvolver atenção e consciência. Para mim, tal disciplina é parte de minha dança. Um dos maiores desafios é manter minha consciência em meu corpo, não em minha mente, onde ela pode ser uma distração de milhões de formas.” (p. 29)A compreensão da teoria de Sistemas e Campo ajuda a exercitar meu músculo de sintonização. Estou constantemente observando a vida por esta lente e ela me força, de certa forma, a me adaptar a meu ambiente e minhas experiências. Além disso, apenas por estar envolvida no Trabalho de Constelação e na dança dos 5 Ritmos é útil. Acolho as oportunidades de representar bem como de facilitar para praticar o estar completamente sintonizada e tento estar ciente das minhas relações e de meus quadris e presente neles.
Por exemplo, quando retornava do meu módulo final de treinamento, meu carro quebrou. Dois gentis rapazes encostaram e me ajudaram a chegar até o estacionamento mais próximo.
A alguns dias do treinamento, meu carro também quebrou. O mecânico que me socorreu retirou o coração de meu carro (filtro de combustível), que tinha um vazamento em uma válvula, e tentou consertá-lo com um ferro de solda, um bisturi e bicarbonato. Eu estava chorando quando ele chegou, de exaustão, mas também por causa das tentativas de chegar à casa de meu namorado para resolver a discussão que tivemos no começo da semana e para me despedir antes de partir para o treinamento. O mecânico foi gentil, me perguntou se estava bem; me disse que não poderia me ajudar com alguns de meus problemas, mas que iria ajudar a pôr meu carro para funcionar. E o fez. Quando a solda não funcionou, ele foi até uma loja e voltou com supercola. Ele passou aproximadamente duas horas trabalhando no coração do meu carro e me confortando, verificando regularmente se eu estava bem. O filtro de combustível se parece com um coração, e a cada vez que ele o retirava, encharcado de diesel, com seus tubos pendurados, era lembrada disso.
Muito bem, hoje, quando Al, o novo mecânico, chegou, ele apenas colocou a chave na ignição e o carro ligou imediatamente. Ele me seguiu até a casa do meu namorado, aguardou enquanto pegava meu cachorro e disse que achava que era seguro voltar para casa. Meu confiável automóvel me acompanhou por dois treinamentos, ida e volta, de um lado a outro na longa viagem de Londres a Somerset, mês após mês, e nunca me deixou na mão. E agora é hora de dizer adeus a meu carro e também a meu grupo de treinamento, os quais terão um lugar em meu coração. Tão conveniente.
Hellinger (1998) argumenta que tem a ver com o se abrir e permitir que o que quer que seja entre, o que certamente depende muito do Campo. É por isso que é realmente impossível planejar um workshop, porque você não sabe conscientemente o que estará no Campo no momento: “Ver não é algo que possamos fazer acontecer. Quando me abro para alguém, geralmente fico completamente surpreso com o que vejo. Muitas vezes vejo coisas que nunca poderia ter imaginado. Sempre sinto medo e calafrios ao ver, mas se fujo do que estou vendo, se me contenho – mesmo que por medo de machucar alguém – algo se fecha em minha alma, como se tivesse abusado de algo precioso.” (p. 206)Sempre penso que meu sono é perturbado; posso ficar doente ou ficar agitada ou emotiva por algumas semanas antes de me envolver em um workshop, onde há uma quantidade significativa de trabalho por vir. Não sei conscientemente, mas inconscientemente, meu corpo sabe. Meu corpo é um barômetro eficaz no trabalho de Constelação. Muitas vezes passei tossindo durante todo um workshop, somente para perceber que a tosse passava quando era escolhida para representar ou quando deixava o workshop. Ainda estou explorando os detalhes do significado da tosse, mas tenho uma ideia de que provavelmente é causada por uma dor não manifestada e/ou ira, que não pode ser confortavelmente contida no genuíno cenário de uma Constelação. Também acredito que meu sono possa ser massivamente perturbado durante um módulo de treinamento e, às vezes, posso literalmente ficar acordada a noite toda. Frequentemente me surpreendo por me sentir bem apesar da falta de sono. Na verdade, acredito que o motivo seja me manter mais focada no meu corpo e fora da minha mente, uma vez que não consigo pensar logicamente quando estou tão cansada!Richard Strozzi Heckler (1984), pai do Coaching Somático, diz que nosso aprendizado é melhorado quando estamos em nossos corpos. Muitos de nós somos alunos sinestésicos, ou talvez tenhamos sintomas de TDAH e precisamos nos mover para sermos capazes de nos focarmos e concentrarmos. Van der Kolk (2014) enxerga a conexão entre abuso e diagnóstico de TDAH em crianças. Mesmo para alunos visuais, é válido se movimentar para enxergar as coisas de uma perspectiva diferente: “Quando estamos incorporados, nos tornamos aprendizes. Podemos aprender com situações, com nossas experiências, com a vida. Se não vivermos em nossos corpos, que é a base de nossas experiências, somos capazes somente de classificar o aprendizado e reagir de forma mecânica.” (p. 58) A personificação é sempre criativa, informativa, nos deixa acessível ao outro, e é fundamentalmente curativa. Quando uma pessoa se coloca no lugar de cliente, traz com ela seus ancestrais e todos os sistemas dos quais ela pertence. Portanto, como facilitadores, não estamos apenas nos sintonizando ao cliente como indivíduos, mas nossos próprios sistemas estão se sintonizando aos do cliente: “O facilitador entra em sintonização. Este é o lugar onde a intencionalidade do facilitador começa a sustentar o sistema do cliente. Assim que há sucesso em se sintonizar com o cliente sentindo que algo está sendo capturado, então a dor se transforma em ressonância.” (Peyton, S., 2016, p. 62)Os lugares do facilitador e do cliente são espaços lotados. Aprendi que ressonar com sistemas similares aos meus pode ser intenso demais para mim como uma nova facilitadora. Por exemplo, estava ministrando um workshop, e o pai austríaco da cliente tinha sido mantido prisioneiro em um campo de prisioneiros de guerra nos últimos anos da guerra. Meu próprio pai é um judeu húngaro que passou a Guerra escondido em Budapeste. No entanto, descobrimos que um capitão do exército húngaro protegia os 2000 judeus que estavam escondidos com meu pai e ele aparentemente utilizou seus contatos no exército alemão da Primeira Guerra Mundial para ajudar. De qualquer maneira, a Segunda Guerra Mundial obviamente constitui grande parte dos sistemas de meus clientes e do meu próprio sistema e fui apanhada no Campo da Constelação. Após o workshop, fiquei doente, com febre alta e estava totalmente destruída. Este foi um dos meus primeiros workshops, e estou ficando cada vez mais capaz de reconhecer e de agir para evitar que isso aconteça. Técnicas como sair fisicamente do Campo e verbalizar o que está acontecendo comigo, ajudam. Não estou sugerindo que a febre não é parte do processo curativo, mas, particularmente, não quero ficar doente todas as vezes que eu facilitar ou participar de um workshop!“Há uma incrível beleza desconhecida na experiência de estar em um Sistema no qual estamos ligados a outros.” (Peyton, S., 2016, p. 62)Portanto, apesar dessa experiência aparentemente negativa para mim, na verdade, a Constelação foi muito ponderosa, e a cliente se inscreveu efusivamente para o próximo workshop. Estou segura de que há grande aprendizado para mim com esta cliente, e profunda cura potencial para ambos os nossos sistemas familiares.A natureza oferece um caminho maravilhoso para o desenvolvimento da sintonização. Quando somos crianças, quando estamos personificados boa parte do tempo, muitos de nós têm sorte suficiente de se lembrar das horas de magia as quais éramos imersos lá fora, explorando as pequenas coisas, construindo barragens e subindo em árvores. A personificação que experimentei na natureza está profundamente sintonizada e conectada e me tira completamente da minha mente. Sou sempre grata ao meu cachorro que me força a encarar a natureza todos os dias. Enquanto estou conectada a este imenso sistema, posso apreciar o quão pequena sou nesse enorme esquema de coisas. (Burge, Dan TKF issue 31, Jan 2018, p. 50)
Toque“O toque parece ser tão essencial quanto a luz do sol.” Diane Ackerman4
O toque é um assunto delicado. Mas se evitamos o toque, ou não nos sintonizamos à necessidade de uma pessoa ao toque em uma Constelação Familiar, nos distanciamos profundamente de sua e de nossas almas. O toque é tão fundamental à vida que não sobreviveríamos sem ele. Diversos estudos mostram que crianças privadas do toque materno na infância têm crescimento e desenvolvimento retardados. (Montagu, 1905) O trabalho de Bowlby e Winnicott enfatiza a importância dos primeiros toques por nossas mães ou cuidadoras. A Constelação Familiar oferece uma resolução nessa área, entre outros métodos, com o IROM. Como representante, o toque revelará ligações ocultas nos sistemas quando as palavras não forem capazes de fazê-las:“Gestos de conforto são reconhecíveis universalmente e refletem o poder curativo do toque sintonizado. O toque, a ferramenta mais elementar que temos para nos acalmarmos, é proscrito na maioria das práticas terapêuticas. Mesmo assim, você será incapaz de se recuperar por completo se não se sentir seguro em sua pele.” (Van der Kolk, Bessel, 2014, p. 215)Como facilitadora, a sintonização com o cliente é fundamental quando nos tocamos. O toque não justificado pode desencadear reações imensas, e o cliente pode perder a confiança. Por isso, devemos realmente nos sintonizarmos ao cliente e nos certificarmos de que nosso toque será útil, fundamentado e irá gerar confiança. No entanto, evitar o toque completamente furta de nosso cliente o potencial de liberar tensão e conter emoções em um ambiente contido e seguro.Licia Sky diz:“Devemos encontrar seu ponto de resistência – o lugar onde há mais tensão – e encontrá-lo com igual quantidade de energia. Isso libera as tensões congeladas. Não pode haver hesitação; a hesitação transmite uma falta de confiança em si mesmo. Movimentos lentos, sintonização cuidadosa ao cliente são diferentes de hesitação. Devemos encontrá-lo com tremenda confiança e empatia, deixe que a pressão de seu toque encontre as tensões que estão encapsuladas em seu corpo.” (Van der Kolk, Bessel, 2014, p. 216)A hesitação pode acabar com a confiança e se tornar contra produtiva. Por isso, é preferível não perguntar se está tudo bem em tocar, o que sugere falta de confiança e incerteza, é melhor estar profundamente sintonizada e saber intimamente o momento em que o toque é necessário ou útil.Dentro do grupo, me sentia muito sensibilizada por um IROM que presenciei em uma Constelação. As lágrimas escorriam livremente pela primeira vez em muito tempo, e mesmo após a Constelação eu continuei em minha cadeira, completamente imersa nos sentimentos maravilhosos que emergiram pela liberação de emoções e por minha identificação com a Constelação. Logo após este episódio, alguém se aproximou e se sentou ao meu lado e me tocou. Seu toque, apesar de parecer afável, imediatamente invadiu meu fluxo de sentimento e interrompeu abruptamente o curso de minhas lágrimas. Apesar de ter lhe pedido que parasse, lamentavelmente o momento havia evaporado, e eu senti que a oportunidade de cura em um nível mais profundo havia passado. Nessa situação, se perguntada se tudo bem ser tocada teria sido mais útil, uma vez que quando alguém está no papel de facilitador, gerar confiança é primordial. De qualquer forma, essa foi uma ótima lição a respeito do toque. O toque pode ajudar imensamente em algumas situações. Em outras, ele tem efeito contrário. É importante para o facilitador instruir o grupo sobre o toque e seus limites, mas também é possível que estas palavras não sejam ouvidas.A sintonização é realmente a única maneira de sabermos se está tudo bem em tocar, ou pedir para tocar. Por vezes perguntar se está tudo bem em tocar não trará respostas verdadeiras. O cliente pode dizer que sim com o intuito de agradar, ou para estabelecer uma conexão com o facilitador, no qual enxerga uma figura paterna, mesmo que isso represente trair seus verdadeiros sentimentos. Em uma sessão de prática com meu grupo de instrução, a facilitadora havia sido abusada sexualmente quando criança, e na entrevista de abertura com a cliente, que também havia sido abusada sexualmente, a facilitadora claramente não estava sintonizada. Isso ficou claro quando a facilitadora tocou a cliente em uma tentativa de lhe dar base, o que provocou uma forte reação defensiva. Elas estavam juntas em um Campo de violação:“Enquanto o contato humano e a sintonização são a fonte da auto regulação fisiológica, a promessa de proximidade geralmente evoca o medo de se machucar, de ser traída e de ser abandonada. A vergonha tem nisso um importante papel: ‘Você descobrirá o quão podre e repulsivo sou e irá me descartar assim que me conhecer de fato’. Traumas não resolvidos podem cobrar um alto preço nos relacionamentos. Se o seu coração ainda está partido porque você foi atacada por alguém a quem amou, você provavelmente estará preocupada em não se machucar novamente e terá medo de se abrir para alguém novo. Na verdade, você poderá tentar machucar alguém inconscientemente antes que tenha a chance de machucá-lo.” (Van der Kolk, Bessel, 2014, p. 211)
Representação“Quando o ego toma conta do espetáculo, somos meros atores. Quando a alma está empoderada, temos um repertório infinito de possíveis papeis.” (Gabrielle Roth, 1997)Por mais que o cliente necessite confiar no facilitador, o facilitador por sua vez também precisa confiar nos representantes. Para mim, isso significa estar atenta a quando os representantes estão deixando o lado esquerdo do cérebro interferir na representação. Obviamente, isso está no Campo e deve ser reconhecido como tal. Contudo, o quão útil seria se todas as representações fossem guiadas por ego e informações de cura? Como facilitadores temos a obrigação de instruir novos representantes sobre arte da representação. Estamos interferindo no Campo ao fazer isso? Gosto de iniciar meus workshops com um rápido exercício que aprendi com Paul e Lynn Stoney, mas sempre o faço às cegas. Trabalhando em pares, peço a uma pessoa que seja o representante de uma questão ou problema para a outra pessoa. Então eles trocam de papeis e dão feedback um ao outro, deixando com que o outro saiba o que representaram.A sintonização parece ser relativamente fácil para os representantes. Novos representantes, na maioria das vezes, ficam surpresos com a força com os atributos do membro da família ou com o conceito que estão representando emerge. Não obstante, a personificação é o segredo. É melhor que novos representantes recebam instruções básicas de como representar, isto é, se sintam no papel e foquem nos seus impulsos corporais internos. Por fim, se houver um movimento, devem segui-lo. A sintonização geralmente acontece no momento em que o representante é colocado. Por outro lado, um cliente, que pode ser interrompido por suas histórias, pode necessitar de ajuda para que personifique e se sintonize. Por outro lado, A cliente, que pode ser interrompida por sua própria história, pode precisar de orientação para ficar incorporada e sintonizada. O ato de representar é frequentemente estarrecedor:“Por exemplo, se escolhemos representantes do pai, da mãe e dos filhos e os colocamos em relação uns com os outros e não interferimos, e eles estão centralizados; logo eles serão tomados por um movimento irresistível e se sentirão exatamente como as pessoas que estão representando, então algo de repente vem à tona.” (Hellinger, B., 2006, p. 6)Não sabemos como esse mecanismo funciona. Alguns participantes enxergam na neurociência a explicação. Jean Boulton (2006) diz que é uma experiência de se sentir no papel:“Estou ali, em pé, como representante e posso ter fortes sentimentos; posso me sentir muito triste, posso precisar me sentar ou sentir forte aversão a outro participante. Às vezes tenho forte consciência. Isso se chama percepção representativa.” (p. 13)Ruppert se refere à percepção representativa como sendo um canal de informação. Como representantes, estamos nos sintonizando ao que Albrecht Mahr5 denominou: ‘O Campo do Conhecimento’:“As constelações sugerem a presença de um campo de conectividade entre membros de uma família que se estende além dos limites do corpo físico. Os representantes normalmente reportam que se sintonizaram à ressonância dos membros da família independente das circunstâncias da relação e independente do fato de estarem vivos ou mortos. Creio que essa conexão seja mais que resíduos de memória e do que um produto das funções do cérebro.” (Booth Cohen, D., 2006, p. 43)Nossos sentidos são essenciais no papel de representantes, sejam eles com o propósito da sintonização, ou para transferir informações importantes ao facilitador e ao cliente. Se um representante sente frio, por exemplo, isso pode significar a presença da morte, e calor pode representar raiva suprimida. A maneira pela qual ‘ouvimos’ um som como o ranger do assoalho, será influenciada pelo Campo e fornecer mais informações. Um rangido pode ser um som de um passo em uma escada, uma porta se abrindo ou mesmo alguém pendurado dependendo do Campo. Já tive relatos de representantes sentindo cheiro de pão sendo assado, mesmo não havendo nenhum forno por perto, e tal informação foi útil para a Constelação. Evidentemente que a maneira que vemos as coisas pode variar entre os representantes, e isso pode fornecer materiais significativos. Da mesma maneira, a interpretação do toque dentro da Constelação pode ser entendida como delicada ou firme e assustadora para o recipiente: “Como representantes, percebemos fisicamente como é estar em um lugar específico em um sistema. Sentimos calor, frio, dor, alegria, indiferença etc.” (Lingg, H. K., 2006, p. 27)Quem somos escolhidos para representar é também significativo. Muitas vezes o papel irá refletir questões de nossas próprias vidas. Por exemplo, posso ser frequentemente escolhida para representar alguém cujo filho tenha morrido, caso meu filho tenha morrido também. Ou mesmo uma pessoa adotada pode repetidas vezes ser escolhida para representar uma pessoa excluída, no mesmo ou em diferentes workshops. Isso nos dá a oportunidade de encarar e curar nossos traumas não resolvidos. Ao sermos capazes de deduzir informações a respeito de como o representante se sente, abrimos a Constelação e damos a ela significado. A percepção representativa é crucial para um trabalho de Constelação. Mais do que isso, no entanto, ser escolhido como um representante e incorporar tal papel, proporciona cura profunda ao participante do workshop. É por isso que não acredito na mudança em diferentes escalas para portadores de questões e representantes ou membros do círculo. Fiquei muito surpresa ao ler que alguns facilitadores acreditam que representantes, por vezes, podem apenas selecionar fatores relacionados a suas questões quando representando. E quanto ao Campo? O representante que somos escolhidos para ser é parte de nosso próprio Campo, bem como do Campo do cliente, e parece que não podem ser separados:“Alguns consteladores distinguem a consciência do representante da consciência sistêmica. Para eles, os representantes nem sempre percebem algo ou oferecem informações que são relevantes às questões do cliente, mas sim às suas próprias questões. Logo, estes consteladores podem utilizar objetos de madeira ou bonecos playmobil e acreditar que eles oferecem mais informações sistêmicas do que as pessoas.” (Roevens, J. 2009 p. 35)A Constelação Familiar proporciona cura a todos os participantes do workshop, até mesmo do facilitador, por meio da personificação – a qual focamos durante todo o workshop – e por meio do fenômeno do Campo. O trauma é consciente ou inconscientemente liberado quando fazemos isso.ConclusãoPara mim, o aspecto mais importante da relação terapêutica em uma Constelação Familiar é a habilidade do facilitador e dos representantes de estarem personificados e sintonizados. Em outras terapias há também a necessidade de algum nível de sintonização. Talvez a falta de sintonização pode ser compensada por meio de uma história, uma conversa e de outras atividades ligadas ao lado esquerdo do cérebro. Seria perfeitamente possível, por exemplo, realizar uma consulta homeopática e apenas focar nos sintomas, história e medicamentos e se sintonizar ao paciente apenas nos níveis mais superficiais enquanto todos os fatos são colhidos. Se o facilitador e o cliente não estão sintonizados em um workshop de Constelação Familiar, a Constelação provavelmente estará fragmentada, menos útil e menos informativa. A representação acontece do lado direito do cérebro:“Quando temos a intenção, planejamos ou realizamos uma ação, esta atividade se revela estar no hemisfério esquerdo, mas a representação de ações de outras pessoas está no hemisfério direito.” (Altman, J., 2006, p. 22) O lado esquerdo do cérebro é conhecido por ser o lugar dos sentimentos, da intuição, da personificação, do trauma e da cura. Quando representantes acionam o lado esquerdo de seus cérebros e encenam, podem ainda estar a serviço do cliente uma vez que é parte do Campo. No entanto, pode se perder uma grande oportunidade de uma cura mais profunda para ambos cliente e representante. Um representante que está personificado e agindo intuitivamente pode contribuir no desemaranhar de dinâmicas e traumas ocultos.Traumas de todos os tipos são armazenados no corpo e ocorrem no lado direito do cérebro. A Constelação Familiar produz cura ao libertar somaticamente os traumas. Colocar e manter clientes e representantes em seus corpos, e permanecendo em meu corpo como facilitadora, é a chave para uma Constelação bem-sucedida e significativa.Notas:1. A dança dos 5 Ritmos é um espaço livre no qual os indivíduos podem se mover livremente de acordo com um conjunto de ritmos que vão do fluido ao staccato, ao caos, ao lírico e finalmente à quietude.2. Gabor Maté é um palestrante dos impactos perpétuos dos traumas de infância em pessoas com doenças físicas e mentais. Escreveu inúmeros livros e aparece frequentemente no YouTube.3. Um exercício introduzido por nossa instrutora Barbara Morgan que intuitivamente sentiu a necessidade desse tipo de contenção quando fazia seu próprio trabalho pessoal para impedir que se dissociasse.4. https://www.brainyquote.com/quotes/diane_2 _3779955. https://www.faustfamilyconstellations.com/trusting-knowing-field“O ‘campo do conhecimento’ é um termo criado pelo alemão Albrecht Mahr, um médico, psicanalista e líder no trabalho de Constelação Familiar. O ‘campo do conhecimento’ é o campo de energia da constelação. Este campo de energia informa ao facilitador, aos representantes, ao cliente e àqueles observando a constelação o que pode estar afetando a consciência do cliente. É esse conhecimento informado que guia as constelações.” Autor: Jamy
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Poppy Altmann tem praticado e ensinado a homeopatia por mais de 15 anos nos setores voluntário e privado, mais recentemente se especializando em questões de saúde mental, dependência e distúrbios alimentares. Ela é muito intuitiva, empática e uma curadora inteligente. Uma aprendiz avançada dos treinamentos de Barbara Morgan, conduz workshops de Constelação Familiar e oferece constelações individuais no sudoeste de Londres. Original de Richmond-upon-Thames na Grande Londres, Poppy ainda vive com suas duas filhas jovens adultas e seu cachorro nesta linda parte do mundo.poppyaltmann@me.comwww.poppyaltmann.com
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